CONVERSANDO SOBRE NOSSA
HISTÓRIA - INTERCAMBIANDO FRONTEIRAS – ÉTICA, BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS NO CAMPO
DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Todxs nós Intercambiantes podemos neste momento reavaliar nossas ações e nossos princípios como membros dos nossos grupos Segue a “Declaração de Salvador” que nos orientou inicialmente.
O evento de título “Intercambiando Fronteiras: Ética, Bioética e Direitos Humanos no Campo de Álcool e Outras Drogas” foi realizado nos dias 24 e 25 de novembro de 2017, no Hotel Victória Marina, na cidade do Salvador/BA.
Este evento teve o intuito de reunir trabalhadores(as) e pensadores(as) brasileiros(as) e estrangeiros(as) que atuam, principalmente, no campo de álcool e outras drogas em seus respectivos estados e territórios. A partir desta reunião,
o evento intencionou, também, proporcionar a consolidação do Coletivo Intercambiantes Brasil, a partir da construção conjunta de estratégias políticas, assistenciais e de saúde relacionadas ao panorama
brasileiro atual.
Assim, o evento,
que contou com a hospedagem e alimentação de, aproximadamente, cem
trabalhadores(as) que compõem
o Coletivo, incluiu
três momentos centrais:
·
A conferência de Julio Calzada, secretário-geral da Junta Nacional de Drogas do Uruguai durante a gestão do ex-presidente Mujica, intitulada “A atual política de drogas
do Uruguai
e sua importância para a América Latina”;
· A reunião de Grupos de Trabalho para discussão a respeito
da proposta do Coletivo Intercambiantes Br;
·
A Plenária de compartilhamento das discussões e proposições
futuras.
No primeiro momento do evento, no dia 24 de novembro pela manhã, o secretário-geral Julio Calzada pôde trazer algumas reflexões acerca da necessidade do desenvolvimento integral dos cidadãos, a partir de estratégias que envolvam a autonomia
e a responsabilidade individual. Em contraposição a esta postura
encontra-se a repressão, pautada no medo e preconceitos em relação
a substâncias inertes e grupos sociais vulneráveis. O secretário, então, apresentou as estratégias de regulamentação do consumo de
cannabis adotadas pelo Uruguai, no decorrer do mandato
do ex-presidente José Mujica.
Logo a seguir, compuseram a mesa Graciela Touzé (Intercâmbios/Argentina), León Garcia (USP/Brasil), Fabiana Miranda (DPE-BA/Brasil) e Carol Viviana
Porto (Instituto Igarapé/Brasil) para
tecer alguns comentários acerca do exposto pelo secretário-geral.
Neste momento, então, foram compartilhadas algumas vivências relacionadas ao tema, assim como possibilidades de atuação frente à conjuntura política brasileira, que se encontra majoritariamente
adversa às políticas voltadas
à Redução de Riscos e Danos.
No turno vespertino do dia 24 de novembro,
o Coletivo foi dividido
em três subgrupos, no intuito de discutir QUEM SOMOS?, O QUE FAREMOS?
e COMO FAREMOS?, respectivamente. Ou seja, o objetivo
do turno vespertino foi a construção coletiva da identidade
do
grupo. Neste sentido,
portanto, foram discutidas
questões relacionadas à organização regional e local, assim como os meios de comunicação a serem explorados pelo grupo. Além disso, foram feitas proposições relacionadas às diretrizes, condutas
e potenciais
do
Coletivo.
Os resultados das discussões foram compilados por uma comissão previamente definida e responsável por apresentar os tópicos
na manhã seguinte, na ocasião da Plenária Intercambiantes Brasil.
Assim, a Plenária teve, como função, unificar as ideias
desenvolvidas nos subgrupos
para, consequentemente, permitir o desenvolvimento de um documento que compilasse as propostas
e direcionamentos
do
Coletivo.
Abaixo, segue o texto construído coletivamente:
O coletivo
INTERCAMBIANTES BR, na ocasião
de seu primeiro Encontro nacional (realizado nos dias 24 e 25 de novembro de 2017 na cidade do Salvador/BA), declara
sua
determinação em fomentar e defender
políticas, intervenções e cuidados,
no campo de álcool e outras
drogas, apoiados nos princípios
gerais da Ética, da
Bioética e dos Direitos
Humanos.
Para tanto, orientaremos nossas ações de acordo com as seguintes
diretrizes:
a) Redução de Danos;
b) Antiproibicionismo e fim da Guerra às Drogas;
c) Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial;
d) Defesa da diversidade da vida e dos modos de existir;
e)
Defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde - SUS e
do
Sistema Único de Assistência
Social - SUAS.